quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Questionamento


Durante muito tempo eu questionei os fatos. Desde o tempo nublado dum sábado, até a cor dos meus olhos.
Hoje penso que as coisas acontecem exatamente como deveriam acontecer, ora, se não tivessem acontecido na exata ordem em que aconteceram, no momento, a gaveta ( não a de guardar coisas materiais, eu falo do coração) estaria organizada de outra forma, e hoje, mesmo com muita coisa bagunçada, eu consigo me localizar e encontrar muita tralha que eu acumulei durante todo esse tempo, todos esses amores, todas essas decepções, todas essas alegrias.
Depois de tantos desencontros e encontros, tantas perdas e vitórias,tantas aventuras e pausas, do meu questionamento, o que me sobra é a minha mais sincera intenção de apenas me sentir confortével nessa carcaça que a alma se esconde.Não há o que esperar, não há porque se desesperar, por mais longos que sejam seus braços, você jamais vai conseguir abraçar o mundo todo, e se você tentar, não vai conseguir abraçar nem você mesmo.Deixa ser, deixa estar, eu realmente não sei o propósito que move a minha existência, não me foi entregue nenhum roteiro, esse que ás vezes me intuo, mas na verdade, não sei. E quando o tempo nublar em plenas férias, não
quastione, vá ler um livro, jogar um baralho, conversar com quem está em casa. Aproveite o tempo, e tudo que o universo coloca à sua frente para te ensinar que somos donos apenas da ilusão de sermos donos de algo.Procure apenas se sentir confortável e,deixa ser, deixa estar.

[Camila Fonseca]

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Malva


Candura qualquer, moveu-me da inércia
Lá vou eu no restart
Lá vai você fingindo inocência
Fazendo só o que lhe convém
Arrenego a tua falsidade
Nova força me sustém
Novo perfume de malva
Paz dum campo cheio de relva
Renovas também o teu
Esse coração pesado e sórdido
Faça como eu
Que ando agora sem vizinhos
Meu vôo não tem pouso
Meu coração não faz questão de ninhos


[Camila Fonseca]

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Labirinto


Você procura abrigo na chuva, carinho na guerra, calor na neve, acha que as coisas não estão nada bem.Se nega a levantar, pois qualquer posição parece mais cômoda do que a sensação de voltar a caminhar com os próprios pés.Vive uma vida ao contrário,uma vida toda para dentro,o avesso do que se espera.Sonha com o vento, mas esconde o rosto quando a brisa começa a soprar.Sonha com o ar puro de um mato qualquer, mas se nega a abrir a porta do apartamento.A liberdade é algo que acontece de dentro para fora. Você desata os nós do coração, de repente sua mente está mais leve , e você se dá conta quão livres seus braços estão, e aí você já pode abraçar tudo o que quiser! Inclusive seus sonhos!

[Camila Fonseca]